Dep. Ana Campagnolo expõe desinformação ideológica e honra a memória da primeira deputada mulher eleita em SC

Discurso sobre obra e memória de Antonieta de Barros foi embasado em sua biografia e teses acadêmicas

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Na Sessão Ordinária do dia 13 de abril, a Deputada Estadual Ana Campagnolo (PL) subiu à tribuna da ALESC para rebater mentiras propagadas no dia 7 de março por uma deputada estadual feminista, às vésperas do Dia Internacional da Mulher.

Segundo a deputada da Bancada Feminina - alcunhada por Campagnolo de "Bancada Feminista"-, Campagnolo não merecia a Medalha Antonieta de Barros, concedida alguns dias depois pela Câmara de Vereadores de Florianópolis, no dia 16 de março, já que Antonieta teria sido feminista, também teria fundado a primeira escola para meninas negras do município. Além disso, chamou a situação de incoerente, se referindo de maneira indireta à parlamentar conservadora com adjetivos como "ultradireita", já que Antonieta teria lutado contra o racismo, contra a discriminação e a opressão de minorias, dando a entender que Campagnolo seria contra essas pautas e que seria um vexame uma conservadora receber a referida medalha.

Através da exposição de dissertações, e a biografia sobre a vida de Antonieta de Barros, a deputada Ana Campagnolo provou que Antonieta não era feminista, ao contrário, defendia os princípios morais católicos, ordem, a família, pátria, trabalho, propriedade, autoridade, obediência, para reforçar os poderes da família, da Igreja, do estado, da polícia e dos empresários, a educação para todos independentemente de sexo, casta ou classe social, que a primeira deputada estadual por Santa Catarina era contra "trajes imorais", vaidades fúteis e a divisão na sociedade através do individualismo e egoísmo, levando a conflitos entre homens e mulheres, brancos e negros, pobres e ricos, que o voto feminino foi uma conquista do Direito Político e não das lutas feministas, que a missão sagrada da mulher eram a escola e o lar/família. Antonieta afirmou no dia do professor: "Educar é transportar as almas que o Senhor Deus nos confiar, a força insuperável da fé."

Também provou que Antonieta não fundou uma escola exclusiva para meninas negras. Na verdade, Antonieta fundou uma escola particular que admitia a matrícula de crianças de qualquer cor, sexo e classe social. Ainda, afirmou que Antonieta foi eleita pelo Partido Liberal, mesmo partido que Campagnolo foi eleita para o segundo mandato em 2022.

De acordo com a parlamentar antifeminista, a Bancada Feminina é incoerente e vexatória, pois usa a tribuna e os espaços públicos da ALESC para atacar outra deputada mulher e a memória da primeira deputada estadual por SC, propõe e aprova projetos de lei que prejudicam meninas vítimas de estupro, apóia e pede celeridade em procedimento de aborto de um bebê de 7 meses, ataca juíza e promotora que defendem a vida de nascituros, não apóia a CPI do aborto, enfim, luta pela causa feminista.

No seu discurso, Campagnolo fez questão de agradecer a presença da vereadora de Florianópolis Maryanne Mattos (PL), proponente do projeto de concessão da Medalha Antonieta de Barros para a parlamentar conservadora.

Foto: Solon Soares/Agência AL

Sobre

Ana é deputada estadual e única mulher conservadora no parlamento de Santa Catarina. Está em seu segundo mandato após ter sido reeleita em 2022 com 196.571 votos, maior votação na história do Estado. Nascida em Itajaí e graduada em História, exerceu o magistério na rede pública por quase 10 anos e hoje é mentora em grupos de estudo online como o Clube Antifeminista. Autora de 3 livros: "Feminismo - perversão e subversão", "Guia de bolso contra mentiras feministas" e "Ensino domiciliar na política e no direito".

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